Washington - Pelo menos 20 pessoas teriam sido executadas extrajudicialmente e mais de 14 mil detidas temporariamente em 2015 pelas forças de segurança da Venezuela, no âmbito de um programa governamental. As informações constam de um relatório divulgado pela Human Rights Watch (HRW).
Intitulado "Poder Sem Limite: Ataques policiais e militares a comunidades vulneráveis e de imigrantes na Venezuela" e realizado em conjunto pela HRW e pelo Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos (Provea), o relatório documenta abusos ocorridos a partir de julho de 2015 como parte do programa governamental Operação para Libertar e Proteger o Povo (OLP).
Esta operação foi apresentada pelo governo como forma de combater grupos criminosos que contribuem para os elevados níveis de violência na Venezuela – a taxa oficial de homicídios foi 58 em 100 mil habitantes em 2015, uma das mais elevadas do mundo – mas é por vezes caracterizada como um meio de libertar o país de grupos armados que o governo diz terem ligações aos paramilitares e políticos de direita colombianos.
"Os venezuelanos enfrentam uma das maiores taxas de homicídio do hemisfério e necessitam de proteção urgente contra os crimes violentos", disse José Miguel Vivanco, diretor da Human Rights Watch para as Américas. "No entanto, em muitas operações que acontecem em todo o país, membros das próprias forças de segurança são suspeitos de cometer graves abusos, incluindo execuções extrajudiciais, nas mesmas comunidades que deveriam defender", completou.