NOVA YORK, EUA (AFP) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, exigiu nesta segunda-feira que os inspetores da ONU tenham acesso à Al-Heffa, cidade do noroeste da Síria bombardeada recentemente, e denunciou a "perigosa intensificação" do conflito sírio.
Ban manifestou sua grande preocupação com as "intensas operações militares" efetuadas pelas forças do regime sírio, que disparam de helicópteros e já causaram inúmeras vítimas civis.
Habitantes de Al-Heffa afirmaram que helicópteros do Exército bombardearam posições rebeldes na cidade, situada na região da fronteira com a Turquia.
Segundo ativistas, as forças do regime também estacionaram tanques nos arredores de Al-Heffa.
Ban reafirmou a exigência do enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, de que os observadores militares da Missão de Supervisão da ONU na Síria (UNSMIS) tenham acesso à cidade.
"O secretário-geral destaca a importância de um acesso irrestrito da UNSMIS a Al-Heffa" e "expressa sua profunda preocupação com a intensificação da violência na Síria nos últimos dias e com o risco que enfrentam os civis nas zonas sob fogo".
BOMBARDEIOS MATAM 10 NA SÍRIA
BEIRUTE (AFP) - Pelo menos 10 pessoas morreram na manhã desta terça-feira em Al-Jbeibleh, província de Deir Ezzor, leste da Síria, onde as tropas do regime bombardeavam várias localidades e intensificavam o cerco a Haffeh, denunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Na província de Aleppo, norte, a cidade de Hreitane era alvo de um violento bombardeio, que destruiu muitas casas e provocou a fuga dos moradores.
Haffeh, na província de Latakia, bombardeada durante sete dias consecutivos, as tropas do regime reforçaram o cerco e cortaram as comunicações telefônicas.
"Os tanques estão nas entradas da cidade, abandonada pela maioria dos 30.000 habitantes", afirmou uma fonte da oposição, segundo a qual apenas rebeldes e alguns civis armados permanecem na localidade.
Na província de Idleb (noroeste) foram registrados combates entre soldados e rebeldes perto da cidade de Saraqeb.
Em Homs (centro), o Exército bombardeava o bairro de Jaldiyeh.
Segundo o OSDH, a violência provocou na segunda-feira 111 mortes, entre elas 79 civis.