ONU diz que bloqueio de fronteiras europeias vai provocar confusão - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 20/04/2024
 
23/02/2016 - 13h41m

ONU diz que bloqueio de fronteiras europeias vai provocar confusão

Agência Lusa 
Agência Brasil/Antônio Cruz
Refugiados aguardam do lado grego da fronteira com a Macedônia que anunciou o bloqueio de suas fronteiras
Refugiados aguardam do lado grego da fronteira com a Macedônia que anunciou o bloqueio de suas fronteiras

Lesbos - O “bloqueio crescente” de fronteiras europeias vai provocar “mais caos e confusão”, advertiu o alto-comissário da Organização das Nações Unidass (ONU) para os Refugiados, Filippo Grandi, durante uma visita ao centro de registro de Lesbos, principal porta de entrada de migrantes na Europa.

“Estou muito preocupado com as notícias sobre um fechamento crescente de fronteiras europeias ao longo da rota dos Balcãs porque isso vai criar mais caos e confusão e, muito provavelmente, aumentar os fluxos irregulares”, disse.

A declaração de Grandi é uma reação à decisão anunciada no domingo pela Macedônia de recusar passagem aos afegãos em sua fronteira com a Grécia, bloqueando milhares de pessoas que pretendem seguir para a Europa central e do norte.

O tráfego na mesma região também foi dificultado pela introdução de um controle mais rígido de documentos para sírios e iraquianos. “Isso vai aumentar o fardo da Grécia, que já assume uma responsabilidade muito pesada e criar desordem nos países que recebem migrantes e refugiados em um momento em que ainda não há alternativas para a gestão dos fluxos migratórios", acrescentou o representante da ONU.

“O programa europeu de relocalização ainda é muito limitado e o programa de reinstalação na Turquia ainda não começou”, explicou Grandi. “Assim, fechar fronteiras ou geri-las de forma rigorosa na ausência de alternativas legais e seguras para os refugiados vai aumentar o caos e muito provavelmente aumentar os movimentos irregulares que põem as pessoas em risco”, disse.

Segundo números divulgados hoje pela Organização Internacional das Migrações (OIM), mais de 100 mil pessoas chegaram à Europa através do Mediterrâneo desde 1° de janeiro, a esmagadora maioria pela Grécia.

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