ONU teme 'conflito total' na Síria e 'grave risco' para a região - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 26/04/2024
 
01/06/2012 - 08h47m

ONU teme 'conflito total' na Síria e 'grave risco' para a região

Agence France Presse 
©AFP/Arquivo / Str
Rebeldes sírios montam guarda perto de Qusair no dia 10 de maio
Rebeldes sírios montam guarda perto de Qusair no dia 10 de maio
  • Simpatizantes do presidente sírio Bashar al-Assad se manifestam em frente ao centro cultural sírio em Paris

GENEBRA (AFP) - A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU pediu nesta sexta-feira à comunidade internacional que apoie o plano Annan e investigue as violações de direitos humanos na Síria, para evitar um "conflito total" neste país, que envolve um "grave risco" para toda a região.

O discurso de Navy Pillay - ausente em Genebra - foi lido na abertura de uma nova sessão especial do Conselho de Direitos Humanos na Síria. "Convoco a comunidade internacional a apoiar o plano (...) do emissário especial e que sejam levadas adiante imediatamente as investigações sobre os acontecimentos de Houla", escreveu.

"Se isso não ocorrer - adverte - a situação na Síria corre o risco de degenerar em um conflito total e o futuro do país e da região em seu conjunto podem estar em grave risco".

O pedido da sessão especial foi feito na quarta-feira pelos embaixadores de Qatar, Turquia, Estados Unidos, Arábia Saudita, Dinamarca e União Europeia, e recebeu o apoio de 51 Estados.

China e Rússia, que até agora apoiaram o regime do presidente Bashar al-Assad, não assinaram a solicitação da sessão.

"Ao condenar da forma mais severa os escandalosos assassinatos de 49 crianças, todas menores de 10 anos", o projeto de resolução pede à comissão de investigação "que realize uma exaustiva investigação especial, independente e livre (...) sobre os acontecimentos de Houla".

O massacre de ao menos 108 pessoas, entre elas 49 crianças e 34 mulheres, na sexta-feira e no sábado passados em Houla, provocou uma enorme comoção em todo o mundo.

DOZE PESSOAS "EXECUTADAS" NO CENTRO DA SÍRIA

BEIRUTE (AFP) - As forças militares sírias "executaram" 12 civis que voltavam para casa depois de trabalhar em uma fábrica de Qusair (centro), informaram militantes nesta sexta-feira à AFP por telefone.

"Os trabalhadores se encontravam em um ônibus que precisou parar em um posto de controle nos arredores de Qusair" na tarde de quinta-feira, disse Salim Kabani, do Comitê de Coordenação Local, que organiza os protestos.

Foram executadas "de maneira sumária", explicou. "As forças do regime amarraram suas mãos atrás das costas e atiraram neles", completou.

As execuções sumárias se tornaram frequentes na cidade de Qusair, bastião da rebelião, segundo Kabani. "O posto de controle onde os trabalhadores morreram é perigoso, e ali as pessoas são torturadas com frequência", disse.

Várias regiões da cidade de Qusair, perto de Homs, são alvos de incessantes bombardeios das forças do regime, segundo Kabani, que informou sobre muitos feridos.

"Tememos que muitos deles vão morrer, mas não temos material médico necessário para atendê-los", explicou.

Ao confirmar estas mortes, o chefe do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, contactado por telefone pela AFP, convocou os observadores da ONU mobilizados na Síria a viajar a Qusair para investigar este incidente.

"Em Qusair, o regime bombardeou de forma contínua nos últimos dias, já que tenta reconquistar uma zona onde perdeu o controle para os rebeldes", acrescentou Abdel Rahman.

Considerou que "o cessar-fogo morreu há um mês", em referência à trégua violada diariamente desde sua entrada em vigor, no dia 12 de abirl.

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