Pai e familiares choram muito no enterro do garoto Joaquim, de 3 anos - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 25/04/2024
 
11/11/2013 - 13h28m

Pai e familiares choram muito no enterro do garoto Joaquim, de 3 anos

Agência Hoje 
Reprodução
Com muito choro do pai e orações, corpo do menino Joaquim foi enterrado na tarde desta segunda-feira, 11
Com muito choro do pai e orações, corpo do menino Joaquim foi enterrado na tarde desta segunda-feira, 11
  • Comovida, população da cidade de São Joaquim da Barra recebe corpo de garoto para enterro

São Joaquim da Barra, São Paulo (Agência Hoje) - Em clima de muita emoção, o menino Joaquim Ponte Marques, de três anos, foi enterrado na tarde desta segunda-feira, 11, no Cemitério Municipal de São Joaquim da Barra. Com a presença do pai, o produtor de eventos Arthur Paes, e de vários familiares que moram na cidade, houve orações e gritos de revolta.

O pai de Joaquim chorou muito durante o enterro. Abraçado a algumas pessoas da família e sempre apoiado pelo irmão, ele disse que pensou muitas vezes em pedir a guarda do menino, mas hesitava porque não queria deixá-lo dividido em relação à mãe. Testemunhas dizem que ele vinha a cada 15 dias a Ribeirão para visitar o filho e passar o fim de semana com ele.

Nas proximidades da porta do cemitério, quatro viaturas da Polícia Militar e duas ambulâncias ficaram prontas para atender qualquer emergência, mas não houve nenhum incidente sério e o enterro transcorreu normalmente. O menino foi sepultado como um marter e várias pessoas comentaram que ele será lembrado para sempre, com muitas visitas.

A mãe e o padrasto de Joaquim não receberam autorização da Justiça para acompanhar o enterro. A Polícia entendeu que se eles fossem vistos no local poderiam despertar a indignação das pessoas e seria difícil controlar a multidão. Calcula-se que cerca de 500 pessoas estiveram no cemitério para acompanhar o enterro.

Chegada no Velório

Centenas de pessoas rezam, choram e cantam no último adeus ao menino Joaquim Ponte Marques, em frente ao Velório Municipal, em São Joaquim da Barra, a 380 quiômetros de São Paulo. A viatura trazendo o corpo do garoto chegou à cidade por volta das 10h30 e foi acompanhada por moradores que conhecem e convivem com a família.

O sepultamento está previsto para esta segunda-feira, 11, às 14h, no Cemitério Municipal de São Joaquim da Barra. A Polícia Militar e agentes da Polícia Civil estão controlando a multidão. O clima era muito tenso até ontem à tarde, mas depois que a Justiça determinou a prisão da mãe e principalmente do padrasto de Joaquim os ânimos se acalmaram.

Por segurança, o delegado Paulo Henrique Martins de Castro, responsável pelas investigações do caso, está mantendo os dois presos em local desconhecido. "É uma forma de preservar a segurança deles e ao mesmo tempo realizar diligências que ainda precisam ser feitas", disse ele aos jornalistas.

O delegado confirmou que os suspeitos serão ouvidos em novos depoimentos em Ribeirão Preto, mas não disse onde eles serão prestados. "Pode ser na DIG (Delegacia de Investigações Gerais) ou em outro local, depende do clima, da segurança". "Temos muitas diligências que precisam ser feitas e não podemos passar detalhes para não atrapalhar as investigações", acrescentou.

Investigação Continua

O delegado também não informou o local onde Natália Ponte e Guilherme Longo estão presos, mas confirmou que ambos devem prestar novos depoimentos na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão Preto, nesta segunda-feira.

O corpo de Joaquim, de apenas três anos de idade, foi encontrado boiando nas águas do rio Pardo, no município de Barretos, a cerca de 120 quilômetros da sua casa, de onde ele desapareceu na terça-feira passada, dia 12. Nas primeiras investigações feitas pela Polícia Civil, os cães farejadores descobriram a presença do garoto nas margens do córrego Tanquinho que fica nas proximidades da casa onde a família morava.

Com base no fato de que não existiam evidências de arrombamento na casa e as duas únicas pessoas presentes era a mãe, Natália Ponte, e o padastro, Guilherme Raymo Longo, a Polícia e o Ministério Público Estadual decidiram pedir a prisão temporária do casal. A Justiça, no entanto, considerou as provas insuficientes e negou a medida.

A localização do corpo neste domingo, 10, boiando no rio Pardo, no município de Barretos, a 120 quilômetros de distância e a constatação pelo Instituto Médico Legal de que o menino estava morto antes de ser jogado no rio, confirmou a tese da polícia de que não se tratava de desaparecimento, mas sim de homicídio.

Tendo o laudo assinado por dois médicos legistas em mãos, o delegado seccional João Osinski Júnior, titular do Departamento de Polícia Judiciária do Interior, renovou o pedido de prisão. O juiz de plantão analisou os fatos novos e acatou, determinando o recolhimento da mãe e do padastro de Joaquim.

"Foi melhor para os suspeitos", comentou um advogado da cidade. "De certa forma, na cadeia estão protegidos e a Polícia terá tranquilidade para aprofundar as investigações. Se estivessem soltos, corriam o risco de serem linchados pela multidão".

Muitas Ameaças

Surgiram informações em Ribeirão Preto, ainda não confirmadas pela Polícia, de que a mãe de Joaquim teria recebido muitas ameaças do companheiro nos últimos dias. Abalada e chorando, depois que viu o corpo do filho no IML de Barretos, Natália Ponte teria dito que em várias ocasiões esteve perto de ser agredida, mas não registrou boletim de ocorrência.

A Polícia trabalha com a hipótese de que se a mãe não tem nenhuma relação direta com a morte do filho de três anos, ela vai contar tudo o que sabe e ajudar nas investigações. O promotor de Justiça, Marcus Túlio Nicolino, em conversa no domingo, admitiu que as suspeitas maiores estão relacionadas com o padrasto. "São muitas evidências que nos levam a crer que o padastro esteja envolvido diretamente no crime", disse ele.

A morte do garoto Joaquim comoveu São Joaquim da Barra, uma cidade de 48 mil habitantes, distante 380 quilômetros de São Paulo. Praticamente toda a família de Natália Ponte mora na região e o pai dela é dono de uma oficina mecânica há mais de 40 anos. Vizinhos e amigos foram até o Velório Municipal para se solidarizar.

A grande maioria acredita que Natália também é vítima do companheiro e não denunciou antes as ameaças recebidas porque tinha medo em relação a ela própria e ao filho pequeno. "Infelizmente, violência contra a mulher é coisa muito comum e ela fica pior quando é feita entre quatro paredes, a pessoa fica indefesa", comentou um comerciante da cidade, próximo da família.

A colaboração de Natália, com informações sobre os últimos acontecimentos, está sendo considerada como muito importante pela Polícia, porque ajudaria nas investigações e na formação de um quadro final sobre a morte do garoto Joaquim. Sobre os próximos passos os policiais preferem não falar agora, para não atrapalhar as ações em andamento.

Veja o que já foi publicado sobre o garoto Joaquim Ponte Marques:

MÃE E PADRASTO DO GAROTO ESTÃO PRESOS; ELE FOI MORTO E DEPOIS JOGADO NO RIO

Ribeirão Preto (Agência Hoje) - A Polícia Civil prendeu Natália Ponte, mãe do garoto Joaquim Ponte Marques, de três anos, que foi encontrado morto boiando no rio Pardo, a 120 quilômetros de distância da cidade. Também foi preso o padrasto, Guilherme Raymo Longo, principal suspeito de ter causado a morte.

A prisão temporária foi decretada pela Justiça, depois que o Instituto Médico Legal de Barretos liberou um laudo informando que o garoto não morreu por afogamento. Os médicos chegaram a essa conclusão depois de constatar que não havia água nos pulmões de Joaquim, o que comprova que ele estava morto quando foi atirado ao rio. O documento foi assinado por dois médicos legistas.

O delegado seccional João Osinski Júnior, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior, disse que acompanhou os exames feitos no IML e constatou que não havia água nos pulmões do menino. Segundo ele, assim que confirmou a situação, solicitou oficialmente o atestado aos médicos legistas e imediatamente deu entrada na Justiça em novo pedido de prisão de Natália Ponte e Guilherme Longo, sendo atendido.

A casa onde moram a mãe e o padrasto de Joaquim estava sendo vigiada pela Polícia por causa das ameaças de vizinhos de atacarem os dois. Irritados com a atitude dos dois, que tratavam o caso com certo despreso, vários moradores pediam justiça e faziam ameaças.

Segundo testemunhas, ao saber que o corpo tinha sido encontrado e a identidade do garoto confirmada, o padrasto Guilherme Raymo Longo teria dito "maravilha, agora vamos procurar os advogados e ver o que acontece". Levados ao IML para fazer exame de corpo de delito, os dois presos serão ouvidos em novos depoimentos e depois levados para o presídio.

Veja o que foi publicado neste domingo, 10, às 16h48, logo depois que o corpo de Joaquim foi encontrado:

BOMBEIROS ENCONTRAM CORPO DE MENINO DE 3 ANOS DESAPARECIDO EM RIBEIRÃO PRETO

Ribeirão Preto (Agência Hoje) - Soldados do Corpo de Bombeiros encontraram o corpo do garoto Joaquim Ponte, de 3 anos, boiando no rio Pardo, na zona rural de Barretos. O menino estava desaparecido desde a terça-feira, 5. Levado para o Instituto Médico Legal, ele foi reconhecido pela mãe, Natália Ponte, e pelo pai, Arthur Paes.

O delegado seccional João Osinski Júnior, diretor do Deinter 3 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), disse que o reconhecimento foi feito a partir das roupas usadas pelo menino, um pijama estampado comprado pela família. Joaquim Ponte, com apenas 3 anos de idade e apresentando quadro de diabetes sumiu de casa em um episódio ainda cercado de mistério e que envolve o padrasto Guilherme Longo.

Em depoimento à Polícia, o padrasto confessou que era dependente de cocaína e tinha saído pouco depois da meia noite de terça-feira para comprar drogas. Como não encontrou, voltou para casa e foi deitar. Pela manhã, a mãe de Joaquim foi ao quarto para aplicar a injeção de insulina que o garoto era obrigado a tomar todos os dias e não o encontrou.

A partir de investigações feitas pela Polícia Civil, os agentes encontraram evidências de que o padrasto Guilherme Longo teria andando ao lado do garoto nas margens do córrego Tanquinho que passa nas proximidades da casa da família, no Jardim Independência. O córrego é afluente do rio Pardo, onde o corpo foi encontrado neste domingo, 10.

Com base nos elementos de que dispunha a Polícia e o Ministério Público Estadual pediram a prisão temporária do padrasto, Guilherme Longo, e da mãe, Natália Ponte, mas a Justiça negou, alegando falta de provas.

De acordo com o delegado João Osinski Júnior a apuração do caso será rigorosa. “Vou pedir vários exames, se for confirmado que é o Joaquim. Precisamos saber de várias coisas, se foi esganado, por que lesão morreu”, disse ele. A casa onde mora a mãe do menino e o padrasto está protegida pela Polícia. Teme-se pelo ataque de vizinhos revoltados.

Durante toda a semana, o pai biológico e o tio do garoto circulavam pelo centro e principais bairros de Ribeirão Preto mostrando cartazes com a fotografia do menino. Em várias ocasiões ele se queixou do comportamento da mãe e do padastro, que na sua opinião tratavam o desaparecimento com descaso. A confirmação da identidade de Joaquim e da causa da morte deverá ser feita pela Polícia até terça-feira, 12.

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