Países decidem termos de suspensão do Paraguai do Mercosul - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 27/04/2024
 
29/06/2012 - 09h17m

Países decidem termos de suspensão do Paraguai do Mercosul

Agence France Presse 
©AFP / Norberto Duarte
Fernando Lugo concede coletiva de imprensa em Assunção no dia 25 de junho
Fernando Lugo concede coletiva de imprensa em Assunção no dia 25 de junho

MENDOZA, Argentina (AFP) - O Mercosul, reunido na cidade argentina de Mendoza, suspenderá o Paraguai dos órgãos do bloco devido à destituição do presidente Fernando Lugo, informou nesta quinta-feira o chanceler brasileiro, Antônio Patriota.

"Estamos elaborando uma decisão que será analisada amanhã (sexta-feira) pelos presidentes. Discutimos a suspensão do Paraguai dos órgãos do Mercosul. Lamentamos muito esta situação, mas constatamos que não existe uma plena vigência democrática" neste país, disse Patriota em entrevista coletiva após o encontro de chanceleres da região.

Segundo Patriota, a sanção contra o novo governo paraguaio, que não participará da cúpula do Mercosul em Mendoza, tem como base o chamado Protocolo de Usuhaia 1, de 1998, que prevê medidas contra um país onde não há garantias para a democracia.

"O entendimento se baseia no Protocolo de Ushuaia, onde há uma primeira frase que fala da suspensão da participação em reuniões (...). A decisão é que a suspensão terá como base esta primeira frase", revelou Patriota.

A reunião a portas fechadas em um luxuoso hotel de Mendoza teve a presença dos chanceleres de Argentina, Héctor Timerman; Uruguai, Luis Almagro, Venezuela, Nicolás Maduro, e de Patriota.

Nenhum representante do novo governo paraguaio, presidido por Federico Franco, participa da cúpula do Mercosul.

O presidente Fernando Lugo foi destituído em um impeachment sumário, na sexta-feira passada, após a morte de seis policiais e 11 sem-terra durante a desocupação de uma fazenda, no dia 15 de junho.

O chanceler argentino, Héctor Timerman, descartou uma eventual expulsão do Paraguai do Mercosul e revelou que qualquer decisão contra o novo governo paraguaio será "penosa" para Brasil, Uruguai e Argentina.

"O Paraguai como estado-membro do Mercosul foi suspenso da cúpula do grupo, mas não se contempla sua expulsão", afirmou Timerman, que se absteve de antecipar as medidas que serão adotadas contra o governo de Federico Franco, alegando que esta será uma decisão dos presidentes.

A eventual criação de um Tratado de Livre Comércio com a China, assim como medidas para enfrentar os efeitos da crise europeia, são outros temas abordados pelos chanceleres do Mercosul.

Na sexta-feira, os presidentes e ministros da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) também condenarão a decisão do Senado paraguaio de destituir Lugo por "mau desempenho de suas funções", em uma reunião extraordinária que contará com a presença de representantes de 11 dos 12 países sul-americanos.

Além dos países fundadores, a Venezuela está em processo de adesão ao Mercosul, até agora travado pelo Parlamento paraguaio, enquanto Chile, Bolívia, Equador e Peru são associados.

Hoje São Paulo

© 2024 - Hoje São Paulo - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por ConsulteWare e Rogério Carneiro