Papa Bento XVI pede paz na SÃria, Mali e Nigéria na missa deste domingo de Páscoa
VATICANO (AFP) - O Papa Bento XVI suplicou pela paz e a reconciliação no mundo, particularmente em Síria, Terra Santa e África, após a celebração da missa de Páscoa neste domingo na praça de São Pedro, a principal data do cristianismo, diante de 100.000 pessoas.
"Que na Síria cesse o derramamento de sangue e se inicie sem demora a via do respeito, do diálogo e da reconciliação, como também defende a comunidade internacional", clamou o Papa durante a mensagem "urbi et orbi" (à cidade e ao mundo), pronunciada da sacada da basílica de São Pedro.
A situação na Síria, país afetado há mais de um ano por revoltas populares duramente reprimidas pelo regime de Bashar al-Assad, se agravou com a fuga de milhares de pessoas para Turquia, Líbano e Jordânia.
"Que os muitos fugitivos procedentes da Síria e necessitados de assistência humanitária encontrem acolhida e solidariedade que aliviem seus penosos sofrimentos", completou o Papa.
A Síria é cenário há mais de um ano de uma revolta popular duramente reprimidas pelo regime de Bashar al-Assad.
Na mensagem, pronunciada ao fim da missa solene celebrada na praça de São Pedro, o pontífice condenou "as discriminações e perseguições" sofridas pelos cristãos no mundo, em particular no Oriente Médio.
"Cristo é esperança e consolo de modo particular para as comunidades cristãs que mais provas sofrem por causa da fé, por discriminações e perseguições", disse ao mencionar os conflitos no Oriente Médio, Síria, Mali e Nigéria.
Como é tradição na Páscoa, o Papa pediu à comunidade internacional uma mobilização contra as guerras e conflitos que afetam o planeta e reiterou que a Igreja "está próxima de cada situação humana de sofrimento e injustiça".
Ao enumerar os conflitos mais graves, o pontífice mencionou novamente a Terra Santa e pediu que "israelenses e palestinos retomem o processo de paz".
Também neste domingo, o Vaticano confirmou que o Papa Bento XVI visitará o Líbano entre os dias 14 e 16 de setembro, em sua segunda viagem ao Oriente Médio, depois das visitas em 2009 a Jordânia, Israel e os territórios ocupados palestinos.
O pontífice também mencionou a grave situação no Mali, onde uma junta golpista se comprometeu a transferir o poder aos civis.
"Que ao Mali, que atravessa um momento político delicado, Cristo glorioso dê paz e estabilidade", disse o Papa, para em seguida condenar a violência na Nigéria, "cenário nos últimos tempos de sangrentos atentados terroristas" e onde neste domingo um ataque diante de uma igreja na cidade de Kaduna (norte do país) deixou pelo menos 20 mortos e vários feridos.
"Que a alegria pascal lhe conceda as energias necessárias para recomeçar a construir uma sociedade pacífica e respeitosa da liberdade religiosa de seus cidadãos", completou.
Vestido com hábitos litúrgicos dourados, símbolo da festividade, o Papa presidiu diante de cardeais e bispos a missa do domingo de Páscoa em uma praça adornada com mais de 400.000 flores e em um dia ensolarado.
O Santo Padre, que acaba de completar sete anos de pontificado e que fará 85 anos em poucos dias, parecia em bom estado físico.
Bento XVI pronunciou a mensagem em italiano, pouco antes de dar a bênção a todos católicos do mundo, durante a qual desejou "Feliz Páscoa" em 65 idiomas, entre eles potuguês, árabe, japonês e hindu.
"Desejo a todos uma boa e feliz festa de Páscoa, com a paz e a alegria, a esperança e o amor de Jesus Cristo Ressuscitado", disse.
A missa foi transmitida ao vivo para vários países do mundo.
A bênção "urbi et orbi" é pronunciada apenas duas vezes ao ano, no domingo de Páscoa e no dia de Natal, e concede a indulgência plena aos fiéis que a recebem, inclusive através dos meios de comunicação.
