Partido de Aung San Suu Kyi conquista maioria no Parlamento, diz comissão eleitoral - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 28/03/2024
 
13/11/2015 - 09h59m

Partido de Aung San Suu Kyi conquista maioria no Parlamento, diz comissão eleitoral

Agência Lusa 

Rangum (Birmânia) - A Liga Nacional para a Democracia (LND), o maior partido da oposição na Birmânia, liderado por Aung San Suu Kyi, conquistou a maioria no Parlamento, de acordo com resultados divulgados nesta sexta-feira (13) pela comissão eleitoral birmanesa.

Segundo os mais recentes dados da comissão eleitoral, a LND conquistou mais 21 lugares na Câmara Baixa, elevando o total do Parlamento para 348, obtendo a maioria.

Apesar de um quarto dos lugares ser reservado aos militares, o partido da Nobel da Paz ultrapassou a barreira que lhe permite eleger o presidente e formar governo, marcando um ponto histórico, segundo os mais recentes resultados oficiais, divulgados hoje, cinco dias depois das eleições, embora a contagem não foi concluída.

Quando estão escrutinados 84,6% dos votos, a LND conta com 348 deputados (238 na Câmara Baixa e 110 na Câmara Alta) de um total de 491 parlamentares.

O partido para a União, Solidariedade e Desenvolvimento, no poder na Birmânia, conquistou, até ao momento, 40 lugares, enquanto os restantes 42 anunciados estão entre as minorias étnicas.

Além dos deputados eleitos nas urnas, o parlamento birmanês conta com 162 deputados na Câmara Baixa e 85 na Câmara Alta designados pelo Exército.

Com a maioria parlamentar, a LND pode propor dois dos três candidatos a presidente, com o terceiro a ser proposto pelos militares, e garantir que um deles será o próximo chefe de Estado.

Uma vez confirmados os resultados prevê-se que em janeiro tome posse o novo Parlamento, o qual vai eleger, entre fevereiro e março, o novo presidente e dois vice-presidentes.

Prémio Nobel da Paz em 1991, Suu Kyi, que a junta militar manteve sob detenção durante mais de 15 anos, está impedida de se candidatar à presidência birmanesa devido a um artigo da Constituição, que exclui pessoas casadas ou com filhos estrangeiros - uma disposição feita para visar diretamente a opositora, viúva de um britânico e com filhos de nacionalidade britânica.

Apesar de a candidatura à presidência ser impossível, Aung San Suu Kyi, de 70 anos, garantiu que vai dirigir o governo se a LND ganhar as eleições.

Governada por regimes militares de 1962 a 2011, quando a última junta entregou o poder a um executivo civil, composto por antigos militares, que iniciou uma série de reformas políticas, econômicas e sociais, a Birmânia fez no domingo as primeiras eleições livres em mais de 25 anos.

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