Polícia Militar reintegra área da Favela da Ilha, em Osasco, após incêndios na madrugada - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 18/04/2024
 
21/10/2015 - 12h50m

Polícia Militar reintegra área da Favela da Ilha, em Osasco, após incêndios na madrugada

Agência Brasil/Fernanda Cruz 

São Paulo - Após focos de incêndio durante a madrugada desta quarta-feira (21), a Polícia Militar cumpriu, pela manhã, mandado de reintegração de posse da Favela da Ilha, em um terreno na cidade de Osasco. Mil e quinhentas famílias deixaram suas casas pacificamente e sem resistência.

A área é de propriedade particular e está localizada na Rua João Furlan, próxima à Rodovia Anhanguera, altura do quilômetro 16. No total, são 44 mil metros quadrados, que estavam ocupados por barracos de madeira e lona há 2 anos. Na terça-feira(20) os policiais foram ao local e derrubaram o muro que cercava o terreno.

Durante a madrugada, alguns barracos foram incendiados, provocando nervosismo entre as famílias. De acordo com a polícia, moradores contrários à reintegração teriam provocado os incêndios. A empregada doméstica, Cristina de Medeiros, 41 anos, morava na ocupação com os três filhos e o marido. Ela disse que entrou em desespero quando percebeu o incêndio.

“Pegou fogo nos barracos, foi um desespero, todo mundo correndo, eram 3h da manhã. Estou aqui há 2 anos. Queríamos pelos menos receber o bolsa-aluguel agora. Vim parar aqui quando meu marido e eu ficamos desempregados, não tínhamos condições de pagar aluguel”, lamenta.

Segundo o capitão da Polícia Militar, Márcio Agamenon, o Corpo de Bombeiros foi acionado na madrugada para controlar o fogo e a reintegração de posse começou às 6h. Muitas famílias já haviam deixado o local, quando os 250 policiais militares e dois pelotões da Tropa de Choque chegaram. O capitão informou que a demolição dos cerca de 500 barracos deve terminar apenas no final do dia.

Sandra dos Santos Cardoso, de 30 anos, mãe de três filhos, ainda tentava recuperar pertences em seu barraco. Grávida de oito meses, ela passou mal durante a noite. Sandra e o marido estão desempregados. “A agente fica sem entender o que está acontecendo, a gente não teve assistência nenhuma”, disse.

A Agência Brasil entrou em contato e aguarda um posicionamento da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano de Osasco sobre o encaminhamento que será dado às famílias despejadas hoje.

Hoje São Paulo

© 2024 - Hoje São Paulo - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por ConsulteWare e Rogério Carneiro