SÃO PAULO, SP (Folhapress) - A Prefeitura de São Paulo aplicou nesta segunda-feira, uma nova multa ao shopping Higienópolis, na região central, e iniciou o processo de cassação do alvará de funcionamento do estabelecimento.
De acordo com a prefeitura, foi constatado que o estacionamento interno não tem alvará e, por isso, o shopping pode ser interditado.
A administração tem 15 dias, contados a partir desta segunda-feira, para explicar a irregularidade.
A falta desse documento obrigatório foi apontada pela Folha de S.Paulo à nova direção do shopping, com base nos documentos interna obtidos pela reportagem. O shopping confirmou a inexistência.
A prefeitura decidiu fiscalizar o Higienópolis após Daniela Gonzalez, ex-executiva da BGE, braço do grupo Brookfield, que administrava o shopping, afirmar à Folha de S.Paulo que a empresa pagou propina a agentes públicos para poder ampliar sua área.
O shopping, diz Daniela, pagou, em 2008, R$ 133 mil ao ex-diretor da prefeitura Hussain Aref Saab para driblar a exigência de ter 1.994 vagas de estacionamento.
Após uma vistoria na sexta-feira, o shopping já tinha sido multado em 1,5 milhão pela prefeitura, que julgou que as informações fornecidas sobre as vagas de garagem exigidas não eram suficientes.
OUTRO LADO
O shopping Pátio Higienópolis informou que desconhecia a falta de alvará de funcionamento de seu estacionamento principal.
"Também nós fomos surpreendidos com a informação de que a empresa (Multipark) que administra o estacionamento não providenciou o alvará de funcionamento, mas a sua regularização já está sendo providenciada", diz trecho na nota.
Sobre a nova multa de R$ 300 mil e a abertura de processo de cassação do alvará do empreendimento, o Higienópolis se limitou a dizer:
"O Shopping dispõe de todas as licenças e certidões necessárias ao seu funcionamento. Quem precisa de alvará específico é a empresa administradora do estacionamento, a quem incumbe a responsabilidade de obter suas licenças", diz em nota.