Presidente da Bulgária dissolve parlamento e convoca eleições - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 25/04/2024
 
30/06/2014 - 15h24m

Presidente da Bulgária dissolve parlamento e convoca eleições

Agência Brasil 
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Sondagens apontam que o partido do ex-ministro Boyko Borisov será o mais votado durante as eleições
Sondagens apontam que o partido do ex-ministro Boyko Borisov será o mais votado durante as eleições

Sófia - O presidente da Bulgária, Rosen Plevneliev, anunciou que vai dissolver o Parlamento em 6 de agosto e convocar eleições legislativas antecipadas para 5 de outubro, a fim de superar meses de crise política que ameaçam a estabilidade financeira do país. O chefe de Estado anunciou a decisão aos jornalistas depois de consultas com as principais forças políticas e com o governador do Banco Nacional da Bulgária, Ivan Iskrov.

"Com o atual Parlamento, é impossível formar um novo governo", disse Plevneliev, acrescentando que o Executivo minoritário do primeiro-ministro Plamen Oresharski vai apresentar a demissão em breve para possibilitar a formação de um governo interino.

O governo minoritário de Oresharski havia aceitado renunciar, no início deste mês, depois de o seu principal apoio, o Partido Socialista, ter sido derrotado pela oposição conservadora nas eleições europeias de maio. No poder há mais de um ano e contestado na rua, o atual governo foi incapaz de reativar o crescimento econômico no país mais pobre da UE, onde o salário mínimo equivale a 170 euros.

O novo Poder Executivo interino vai dispor, de acordo com a Constituição, de dois meses para organizar as eleições de outubro. Analistas búlgaros esperaram que o governo interino comece a trabalhar em 6 de agosto, data em que deverá ser dissolvido o Parlamento. "Antes da designação do Executivo interino, o chefe de Estado vai consultar as forças parlamentares e os partidos que elegeram representantes ao Parlamento Europeu", disse Plevneliev.

As últimas sondagens indicam que o partido conservador Cidadãos para o Desenvolvimento Europeu da Bulgária, na oposição, do antigo primeiro-ministro Boiko Borisov, será o mais votado nas próximas eleições. O governo de Borisov demitiu-se em fevereiro de 2013 na sequência de manifestações contra os elevados preços da eletricidade no país.

Além da instabilidade política, o Banco Nacional da Bulgária foi obrigado a intervir, semana passada, na quarta entidade financeira do país, o Corpbank. A operação aumentou os receios sobre a situação econômica búlgara.

Depois da intervenção, foram registradas enormes filas nas dependências de outros bancos para levantamento de depósitos, especialmente no Fibank, devido aos rumores de bancarrota do setor financeiro. O Banco Nacional desmentiu os boatos e alertou para uma tentativa "organizada e coordenada" de desestabilizar o país por meio da difusão de "declarações mal-intencionadas" por telefones celulares e correio eletrônico.

O Ministério do Interior búlgaro confirmou também a existência dessas mensagens, tendo efetuado cinco detenções depois de uma investigação oficial. O presidente Plevneliev pediu calma. "O dinheiro dos cidadãos e das empresas nos bancos está garantido e em lugar seguro", disse. "O sistema bancário da Bulgária é estável, está bem regulado e bem capitalizado."

Segundo o chefe de Estado, não existe uma crise bancária, mas um problema de confiança entre os políticos e as instituições. Ele também declarou que há um ataque criminoso contra o sistema bancário e prometeu enquadrar os culpados com o rigor da lei.

A maioria dos economistas e a agência de classificação de risco Fitch consideram segura a situação bancária da Bulgária e avaliam que os problemas estão limitados ao Corpbank. Os bancos estrangeiros com filiais na Bulgária insistiram que as suas operações correm com normalidade.

Na sexta-feira, o líder conservador Borisov declarou à imprensa que a Bulgária deverá procurar imediatamente a ajuda do Fundo Monetário Internacional para restaurar a calma financeira.

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