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15/10/2014 - 17h51m

Presidente da Sabesp admite temer falta de água em SP caso não chova nos próximos dias

Agência Brasil/Elaine Patricia Cruz  
Reprodução
Sabesp teme falta d'água em São Paulo se não chover nos próximos dias.
Sabesp teme falta d'água em São Paulo se não chover nos próximos dias.

São Paulo - A presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena, admitiu nesta quarta-feira (15) que São Paulo passa “por uma grave crise” e que, se não chover nos próximos dias, a primeira cota de volume morto do Sistema Cantareira pode acabar em meados de novembro, levando à falta d'água na capital. A reserva técnica ou volume morto é o volume que está abaixo do nível mínimo da estrutura de captação de água nas represas.

“Temos disponibilidade suficiente para atender à população nesse regime de chuvas até meados de novembro”, disse Dilma em depoimento na comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara Municipal que investiga o contrato entre a Sabesp e a prefeitura de São Paulo e a falta d'água em alguns bairros da capital.

Por causa da falta de chuvas desde o início do ano, a capital e vários municípios do interior do estado enfrentam grave problema de abastecimento de água. O Sistema Cantareira, um dos mais afetados pela estiagem, responde pelo abastecimento de água para 9 milhões de pessoas na capital e na região metropolitana de São Paulo. Hoje, por exemplo, o sistema opera com 4,3% de sua capacidade, diz a Sabesp.

Para contornar o problema, a companhia ainda espera autorização judicial para usar a segunda cota do volume morto do sistema. Desde o dia 15 de maio, a Sabesp tem captado água da primeira cota.

Em seu segundo depoimento na CPI, Dilma lembrou que a Sabesp está construindo uma obra que poderá aumentar o nível do sistema em até 12%. “Temos uma obra já licenciada, em fase de finalização, para disponibilizar 106 milhões de metros cúbicos para o Cantareira. A população da cidade de São Paulo e da região metropolitana, inclusive de Campinas [interior do estado], poderá contar com essa água.”

Também presente à audiência, o promotor José Eduardo Ismael Lutti criticou as ações adotadas pela companhia para evitar a crise no abastecimento de água da capital. “O que fica claro, depois de ouvir declarações de funcionários da Sabesp, é que a companhia não planeja o bastante para garantir a segurança hídrica em qualquer tipo de cenário, a não ser acreditando que as chuvas virão normalmente." Segundo Lutti, a esperança da companhia é a adesão das pessoas ao bônus por ela oferecido aos clientes que economizarem água. "Não há um planejamento do recurso hídrico com segurança”, disse ele.

Nesta quarta-feira, Dilma Pena voltou a descartar que haja racionamento em São Paulo, apesar de moradores de diversos bairros reclamarem da falta de água. Na semana passada, ela disse que a companhia tem diminuído a pressão do bombeamento de água à noite, o que estaria afetando o abastecimento em residências instaladas em locais altos ou sem caixa d'água.

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