Primeiro-ministro da França alerta sobre a possibilidade de novos atentados terroristas - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 29/03/2024
 
16/11/2015 - 12h04m

Primeiro-ministro da França alerta sobre a possibilidade de novos atentados terroristas

Agência Lusa 

Paris - O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse nesta segunda-feira (16) que a França tem de se preparar para a possibilidade de novos ataques terroristas e que os ataques de sexta-feira (13) em Paris foram planejados na Síria.

Valls destacou que seu país pode voltar a ser alvo de ataque nos próximos dias, nas próximas semanas. "Vamos viver muito tempo com essa ameaça, temos de estar preparados", disse o primeiro-ministro francês à rádio RTL. Segundo ele, a ameaça se estende a outros países europeus. “Sabemos que há operações que estão sendo preparadas, não apenas contra a França mas contra outros países europeus”.

De acordo com Manuel Valls, os atentados de Paris, em que pelo menos 129 pessoas morreram, foram "organizados, pensados, planejados a partir da Síria".

O primeiro-ministro lembrou que nesse domingo bombardeios aéreos franceses destruíram "dois alvos operacionais" do grupo terrorista Estado Islâmico na cidade síria de Raqa e que uma dezena de aviões de combate da França asseguraram a operação.

Valls lembrou que o presidente François Hollande anunciou, após os atentados de Paris, uma "resposta à altura".

Questionado sobre as razões por que não houve antes uma atuação dessa dimensão, ele respondeu que a França integra uma coligação contra o Estado islâmico e que "o epicentro" da ameaça "não está apenas na Síria", mas também no Iraque.

"A França está, com frequência, na vanguarda da atuação contra o terrorismo", acrescentou, lembrando a participação francesa em diversos cenários e operações internacionais, por interesse próprio, mas também no interesse da Europa como um todo.

Valls considerou que "todo o mundo deve se mobilizar contra essa ameaça".

Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Defesa francês, os bombardeios em Raqa tiveram como principal objetivo "um posto de comando" do Estado Islâmico, que também servia como centro de recrutamento do grupo terrorista.

A organização reivindicou, no sábado (14), em comunicado, a autoria dos atentados de sexta-feira em Paris.

Os ataques, praticados por pelo menos sete terroristas, que morreram, ocorreram em vários locais da cidade, entre eles uma sala de espetáculos e o Stade de France, onde ocorria um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha.

A França decretou estado de emergência e restabeleceu o controle de fronteiras. François Hollande classificou os ataques terroristas como "sem precedentes no país”.

AUTORIDADES DETÊM 23 PESSOAS E APREENDEM 31 ARMAS

As autoridades francesas detiveram 23 pessoas para interrogatório e apreenderam 31 armas nas operações de busca desde domingo (15) à noite, durante o estado de emergência decretado após os atentados de Paris, anunciou o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.

Ele disse que nas últimas 48 horas foi decidida a prisão domiciliar de 104 pessoas, alvos de atenção particular, e feitos 168 registros para investigação.

O ministro francês informou que das 31 armas apreendidas, quatro eram “de guerra”, adiantando que foram descobertos 18 esconderijos de drogas e confiscados materiais de informática e telefônico.

Para Cazeneuve, existem ligações entre os grupos de delinquentes e as organizações terroristas. Ele citou como exemplo o registro de uma habitação no departamento de Ródano, relacionada com o tráfico de armas, que revelou ligações com o movimento jihadista. Na casa foram encontradas numerosas armas.

A legislação aprovada pelo governo para lutar contra o terrorismo já permitiu evitar seis atentados desde a primavera, levando ainda à expulsão de 34 supostos jihadistas ou religiosos muçulmanos que pregam o ódio, acrescentou o ministro. Ele informou ainda que foi impedida a entrada de 62 indivíduos e a saída de 203. Foi retirada a nacionalidade de seis pessoas e bloqueadas 87 páginas na Internet por apologia à violência.

Segundo Cazeneuve, está em curso a dissolução de associações culturais que escondem fins violentos e a busca de mesquitas onde se defende a violência, cujo fechamento será decretado pelo governo nos próximos dias.

O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou os atentados de sexta-feira em Paris, praticados por pelo menos sete terroristas, que morreram em vários locais da capital.

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