Procuradora diz que dinheiro desviado em Rondônia foi usado em campanha eleitoral - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 27/04/2024
 
21/11/2014 - 05h15m

Procuradora diz que dinheiro desviado em Rondônia foi usado em campanha eleitoral

Agência Brasil 

Porto Velho - Vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko disse nesta quinta-feira (20) , após a Polícia Federal (PF) ter deflagrado a Operação Plateias, que as investigações do Ministério Público Federal indicam que o dinheiro desviado em Rondônia foi utilizado em 2010, na campanha eleitoral para o governo do estado. “O que posso dizer é que era dinheiro para campanha eleitoral do governador eleito em 2010”, afirmou.

Entretanto, a procuradora informou não ser possível dizer se o governador Confúcio Moura e outras autoridades participavam do esquema. “O inquérito está sob sigilo. Naturalmente, como a operação é publica, não dá para dizer que não há mandados de prisão, busca e apreensão e condução coercitiva. Não posso avançar sobre o conteúdo", salientou.

Deflagrada na manhã de quinta-feira, a Operação Plateias objetiva desarticular organização criminosa formada por lobistas e agentes públicos. Eles são acusados de desvio de recursos públicos e direcionamento de licitações no estado de Rondônia. No início da tarde, o governador Confúcio Moura foi levado à sede da PF, em Porto Velho, para prestar depoimento. Conforme a PF, o prejuízo aos cofres públicos de Rondônia ultrapassa R$ 57 milhões.

Conforme Ela Wiecko, a operação é resultado de inquérito judicial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em parceria com o Ministério Público de Rondônia, Controladoria-Geral da União e PF. “Inicialmente, o inquérito corria no estado de Rondônia. Como surgiram indícios de participação do governador, pela prerrogativa de foro, veio para o STJ. Passamos o ano coletando informações”, acrescentou.

Para a vice-procuradora, o esquema segue o “padrão” do que vem ocorrendo no Brasil. “O empresário dá dinheiro para o caixa eleitoral e recebe a promessa de vantagens, entre elas dispensa de licitação e superfaturamento. É a volta do dinheiro adiantado. Além disso, os próprios agentes públicos acabam ficando com um porcentagem”, revelou.

* Colaborou Luciano Nascimento

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