Projeto faz com que pacientes com lesão medular recuperem função motora e sensorial - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 24/04/2024
 
02/03/2016 - 13h59m

Projeto faz com que pacientes com lesão medular recuperem função motora e sensorial

Agência Brasil 

São Paulo - O programa Espaço Público, da TV Brasil, recebeu o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, considerado pela revista Scientific American como um dos 20 maiores cientistas do mundo. Nicolelis tem o comando científico do Projeto Caminhar de Novo, que, segundo ele, conseguiu que 80% dos pacientes com lesão de medula recuperassem algum tipo de função motora, sensorial ou visceral.

“Seguimos os pacientes por dois anos e eles começaram a apresentar recuperação parcial neurológica abaixo do nível da lesão, o que nunca foi relatado em pacientes crônicos com lesão na medula espinal”, disse Nicolelis.

O Projeto Caminhar de Novo é um consórcio formado por centenas de pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa do mundo todo, sob o comando científico de Nicolelis. O objetivo do projeto é desenvolver uma tecnologia de interface cérebro-máquina que permita pessoas com mobilidade restringida – como paraplégicos – a voltar a andar usando a mente para controlar um equipamento externo, que substituiria os membros inferiores.

Durante a cerimônia de abertura da Copa do Mundo de 2014, um jovem-adulto paraplégico deu um chute simbólico usando um exoesqueleto, ou veste robótica, controlado pela sua atividade cerebral. “Vou contar para vocês a opinião dos meus amigos que são americanos e europeus e que vieram para o Brasil para o Projeto Andar de Novo. Viveram aqui comigo por seis meses. Eles ficaram aterrados. Ficaram completamente estupefatos com a cobertura [jornalística] no Brasil.”

Durante o programa Nicolelis questionou a cobertura da imprensa brasileira ao Projeto Caminhar de Novo e relacionou as críticas às suas posições políticas. “Eu tenho uma posição política muito clara desde criança, está nos meus livros, é público, e a minha posição política não agrada certos jornalistas. Se eu fosse contra o governo, eu seria um herói da ciência brasileira. Eu teria coluna, programa de televisão, programa de rádio”, disse.

Nicolelis citou a agressividade e a falta de espaço para responder as críticas na mídia. “Nós éramos confrontados diariamente com objeções absolutamente ridículas, absolutamente sem nenhum senso, fofocas, mesquinharias”, disse. "A única coisa que eu peço à imprensa brasileira é que me trate com lealdade, correção e ética jornalística. É o que eu peço para qualquer jornalista do mundo inteiro".

Hoje São Paulo

© 2024 - Hoje São Paulo - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por ConsulteWare e Rogério Carneiro