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01/04/2012 - 23h28m

Protesto contra GP de Fórmula 1 é reprimido no Bahrein

Agence France Presse 
©AFP
Garoto muçulmano xiita faz sinal da vitória durante confronto de manifestantes com polícia em Salmabad
Garoto muçulmano xiita faz sinal da vitória durante confronto de manifestantes com polícia em Salmabad

DUBÁI, Emirados Árabes Unidos (AFP) - A polícia do Bahrein lançou neste domingo bombas de gás lacrimogêneo para dispersar em duas cidades xiitas grupos de manifestantes que protestavam contra a disputa de um Grande Prêmio de Fórmula 1 no reino, segundo explicaram representantes do protesto.

Dezenas de jovens reuniram-se nas cidades de Abu Saiba, oeste de Manamá, e de Tubli, ao sul da capital, informou em sua página no Facebook a "Coalizão de Jovens para a Revolução de 14 de Fevereiro".

A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes e deteve vários deles. Os jovens intensificaram sua campanha para conseguir a anulação do Grande Prêmio de Fórmula 1, previsto para 20 a 22 de abril no circuito de Sakhir, sudoeste de Manamá.

As autoridades renunciaram no último ano a organizar a corrida por conta dos distúrbios políticos que ocorriam no país.

O reino, dirigido por uma dinastia sunita, conseguiu abafar em março de 2011 um movimento de protesto impulsionado por xiitas, majoritários no país.

A repressão da época provocou 35 mortes, cinco de membros das forças de ordem e outras cinco de presos torturados, segundo uma comissão independente de investigação.

Os protestos foram retomados em fevereiro, um ano depois, e as cidades xiitas do Bahrein vivem quase diariamente marchas e protestos.

"Rejeitamos organizar uma corrida que rebaixa os sacrifícios de nossos filhos e ignora nossos sofrimentos", afirmou um jovem, que leu um texto diante de crianças que levavam bandeiras do Bahrein, segundo uma série de vídeos publicados na internet.

A campanha contra o Grande Prêmio de Fórmula 1 conseguiu um eco importante nas redes sociais, especialmente no Twitter, sob lemas como "Pare, estou sangrando".

O grande chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, afirmou recentemente que estes movimentos não afetariam a corrida deste ano, seguindo os planos previstos.

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