São Paulo (Agência Hoje/Isabela Guiaro) - “O Cantor de Jazz”, lançado no dia 6 de outubro de 1927, é considerado o primeiro filme de longa duração da história a ter trilha sonora e fala sincronizadas com o vídeo. Isso só aconteceu devido ao uso de um disco de acetato, parte da tecnologia de sistema sonoro Vitaphone, com ajuda da produção e distribuição da Warner Bros.
Antes de “O Cantor de Jazz”, os filmes eram produzidos completamente sem som e nas salas de cinema havia uma pequena orquestra para tocar a trilha sonora ao vivo. Além disso, era comum os atores ficarem atrás das telas e fazerem uma espécie de dublagem das cenas.
Com o lançamento do musical, o cinema mudo começou a entrar em declínio, história que foi muito bem retratada nos filmes “Cantando na Chuva” (1952) e “O Artista” (2011). A partir de então, as produtoras cinematográficas passaram a investir nos filmes falados, conhecidos na época como “talkies”.
A produtora Warner Bros. ganhou um Oscar Honorário na primeira edição da premiação, em 1927, "por produzir “O Cantor de Jazz” (1927), o ilustre filme falado pioneiro, que revolucionou a indústria". A estatueta foi dividida com “O Circo” de Charles Chaplin.
O filme foi selecionado pela National Film Registry, da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, para ser preservado, pois é “culturalmente, historicamente e esteticamente relevante”. Ademais, o American Film Institute (AFI) classificou-o em 90º lugar do ranking de melhores filmes já produzidos.
História
O jovem Jakie Rabinowitz, interpretado por Al Jolson, cantor de jazz famoso da época, faz parte de uma família judia tradicional, e passa a desafiar suas tradições ao começar a cantar músicas populares da época em uma casa de diversões norte-americana.
Seu pai é um cantor litúrgico, conhecido como Chazan, de uma sinagoga no Lower East Side de Manhattan, em Nova York. Tenta puni-lo, pois quer que seu filho siga os seus passos. Jakie, então, resolve fugir de casa e um ano depois se torna um famoso cantor de jazz.
Jakie adapta seu nome para Jack Robin, passando a usá-lo como nome artístico. Os conflitos com sua herança cultural, porém, nunca desaparecem. Ainda que ele se torne popular, sua relação com os membros da família sempre causam problemas.