SÃO PAULO, SP (Folhapress) - Pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, o ex-governador José Serra disse nesta segunda-feira (28) que "qualquer interferência" no STF (Supremo Tribunal Federal) é "indevida". Sem fazer referência ao ex-presidente Lula, Serra defendeu isenção no julgamento do mensalão.
Serra falou sobre o assunto após ser questionado por jornalistas sobre o relato da revista "Veja" sobre uma reunião entre Lula e o ministro do STF Gilmar Mendes no escritório do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim.
Segundo a publicação, Lula propôs blindar qualquer investigação sobre Mendes na CPI que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários. Em troca, o ministro apoiaria o adiamento do julgamento do mensalão.
"O mensalão é uma coisa muito importante, e eu não estou fazendo juízo prévio. E é muito importante que seja julgado, como eu tenho certeza que o STF o fará, de maneira isenta e seguindo estritamente os critérios das leis e da Constituição", disse Serra.
Ainda sem citar o ex-presidente, Serra disse não acreditar que pressões "de qualquer tipo" e feita "por quem que se seja" mude a orientação da corte sobre o caso.
"E qualquer pressão, qualquer interferência é indevida e eu não acredito que mude a orientação do STF. Qualquer orientação de qualquer tipo, feita por quem quer que seja."
O ex-governador falou sobre o assunto durante um jantar de comemoração dos 24 anos do PSDB, em São Paulo. O evento serviu para arrecadar fundos para a campanha do tucano à prefeitura. A meta era arrecadar R$ 400 mil. Cada participante do jantar pagou R$ 1.000 pelo convite.
No mesmo evento, o governador Geraldo Alckmin disse que preferia aguardar o desdobramento do caso, mas defendeu a "independência" entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Alckmin deixou o jantar do PSDB para participar de uma agenda com o presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto.