Brasília (Agência Hoje) - O Senado aprovou na madrugada desta quarta-feira, 10, o relatório do senador Antônio Anastasia, do PSDB, julgando procedente o pedido de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Estavam presentes na sessão 80 senadores, sendo que 59 votaram a favor e 21 contra. Não houve abstenção.
Os trabalhos foram dirigidos pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Ricardo Lewandowski. O número de votos contra Dilma foi superior ao registrado na votação anterior, quando do encaminhamento do pedido do impeachment. Na ocasião, 78 senadores estavam presentes, 55 votaram a favor do impeachment e 22 contra.
Com a decisão, o processo de Dilma Rousseff vai agora a julgamento final pelo plenário do Senado, provavelmente ainda este mês. Há um movimento forte para que isso ocorra nos dias 25 e 26 de agosto. "O país não aguenta mais e a própria presidente Dilma também não suporta mais a situação", disse o presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB.
O resultado da votação é francamente desfavorável à presidente afastada, ao PT e ao próprio ex-presidente Lula que trabalhou nos bastidores para evitar a aprovação do relatório. No final, Dilma não conquistou nenhum voto. Pelo contrário, perdeu quatro. Na projeção dos seguidores de Temer, os votos favoráveis chegariam a 60.
Senadores ouvidos após o anúncio do resultado, confirmaram que os 59 votos favoráveis ao afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência da República indicam que dificilmente ela conseguirá reverter a situação e se manter no poder. O Senado é composto por 81 senadores e bastam 54 votos para aprovar o impeachment, o equivalente a dois terços.