SÃO PAULO, SP, 10 de julho (Folhapress) - O shopping Pátio Paulista terá o alvará de funcionamento cassado pela Prefeitura de São Paulo. A decisão será publicada no "Diário Oficial" da cidade amanhã.
O empreendimento não conseguiu explicar a redução das vagas de estacionamento. Um lava-rápido funciona na garagem do prédio onde deveria haver vagas para os carros dos clientes.
Além disso, o estacionamento do shopping funciona sem alvará, assim como um estacionamento conveniado.
A reportagem constatou, na semana passada, que o shopping repintou o estacionamento com nova marcação. Locais onde carros paravam irregularmente -próximos a pilastras e ao lado de muros- agora são vagas demarcadas.
De acordo com a prefeitura, se não conseguir cumprir as exigências, o shopping será multado em R$ 1,18 milhão no dia 19 e poderá ser interditado no dia 30.
Procurado pela reportagem nesta terça-feira, o shopping não quis se manifestar.
Acusações
Na semana passada, a prefeitura cassou o alvará do shopping Pátio Higienópolis também por falta de licença dos estacionamentos.
Os dois empreendimentos têm como sócia a BGE, empresa do grupo Brookfield que administra shoppings.
A Folha de S.Paulo revelou, no mês passado, que uma ex-diretora da BGE acusa a empresa de ter pago propina para obter alvarás da prefeitura para os shoppings do grupo.
Ela cita, além do Paulista e do Higienópolis, os shoppings Raposo, Vila Olímpia e West Plaza. Outros três ex-executivos do grupo também prestaram depoimento ao Ministério Público e confirmaram as acusações.
A BGE diz desconhecer o pagamento de propina.
Após a revelação, a prefeitura iniciou uma blitz e já identificou que 22 dos 53 shoppings da cidade funcionam sem alvará. Outro que pode ser fechado neste mês é o Mooca Plaza, inaugurado, sem alvará, em novembro.