São Paulo (Agência Hoje) - A soma da intenção de votos dos 10 candidatos de oposição que disputarão as eleições presidenciais em 5 de outubro próximo chegou a 36%, mesmo percentual de Dilma Rousseff, do PT. Nessa situação, se as eleições fossem hoje estaria praticamente confirmada a realização de segundo turno.
A presidente Dilma Rousseff (PT) continua na frente na disputa para o Palácio do Planalto, com 36% das intenções de voto, conforme pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha entre os dias 15 e 16 de julho. A diferença para Aécio Neves (PSDB) caiu 2% em relação ao último resultado.
As dificuldades da economia, aliadas ao aumento da inflação e ao baixo crescimento econômico são os motivos alegados pelos analistas políticos para justificar a queda contínua dos índices da presidente Dilma. As manifestações e os protestos também contribuem, mas deixaram de ser o elemento principal.
Mesmo registrando quedas nos últimos meses, os especialistas resistem em admitir que há uma tendência. 'Não podemos falar em tendência de queda, isso seria muito grave e praticamente irreversível nessa altura", comentou um marqueteiro de Brasília, próximo a um partido da base do Governo. "Com a economia fraca e sofrendo pressões de vários setores, fica mais difícil reverter uma tendência há menos de três meses das eleições",completou.
Pesquisa Datafolha
Na pesquisa nacional dos dias 15 e 16 de julho, a primeira realizada pelo Datafolha após o registro oficial das candidaturas, Dilma Rousseff aparece com 36% das intenções de voto, dois pontos percentuais a menos do seu desempenho no levantamento realizado entre os dias 1 e 2 passado.
Os números preocupam, mas não chegam a abalar a confiança dos marqueteiros que trabalham para Dilma, principalmente porque os seus principais adversários, Aécio Neves e Eduardo Campos, ficaram no mesmo patamar de antes. O candidato do PSDB manteve os 20% que tivera no início de julho e o do PSB caiu um ponto, de 9% para 8%.
Também o número de indecisos é grande. De acordo com a pesquisa, se as eleições fossem hoje, 13% dos eleitores votariam em branco ou anulariam o voto. Outro grupo, representado por 14% se declararam indecisos. Na soma, são 27% de pessoas habilitadas a votar, mas preferem decidir depois o caminho que seguirão.
Segundo Turno
Em um patamar mais baixo de intenção de voto aparecem pastor Everaldo Pereira (PSC), com 3%; e José Maria (PSTU), Luciana Genro (PSol), Eduardo Jorge (PV), Rui Costa Pimenta (PCO), e Eymael (PSDC), com 1% cada. Os candidatos Levy Fidelix (PRTB) e Mauro Iasi (PCB) não atingiram 1%, por enquanto.
A parcela de 13% dos eleitores que votariam em branco ou anulariam o voto, e os 14% que continuam indecisos representa uma média para este período do ano. A observação do histórico de eleições anteriores, no entanto, indica que a maioria desses eleitores tende a votar com a oposição, o que enfraqueceria a posição de Dilma.
Mesmo quando os números favoráveis a Dilma eram bem mais altos, a maioria dos analistas políticos acreditam que as eleições iriam invariavelmente para o segundo turno. As razões eram as mesmas de agora, dificuldade da economia, crescimento baixo, inflação alta e a agravante das manifestações.
Passados alguns meses, o quadro mudou pouco. Os problemas da economia continuam, mas as manifestações se tornaram menos frequentes e a infraestrutura para receber a Copa, apesar dos atrasos, não foi o fiasco que muitos previam.
A previsão é de que nos próximos 60 dias os partidos farão um grande esforço para atingir o público, consolidando posições e tentando tirar eleitores dos adversários. O PT tem Lula e acredita que o ex-presidente poderá fazer a diferença e evitar um segundo turno, sacramentando a vitória de Dilma em outubro. Além disso, o tempo de televisão do partido é quase o dobro do tempo do PSDB e o triplo do PSB. A diferença pode conquistar muitos votos.
As Simulações
No caso de a decisão ser levada para o segundo turno, a situação ficará mais difícil para Dilma e o PT. A tendência é que a economia continue com problemas, talvez pior do que atualmente. O raciocínio dos analistas mais uma vez indica que os partidos de oposição levam vantagem quando disputam o segundo turno, principalmente se a diferença de votos for pequena. Ganham força junto ao eleitorado e equilibram o jogo até mesmo entre os candidatos aos governos estaduais.
Nas simulações de segundo turno divulgadas pelo Datafolha a situação praticamente já é de empate técnico entre Dilma e Aécio. A presidente tem 44% das preferências e o candidato do PSDB, 40%.
Entre Dilma Rousseff e Eduardo Campos a diferença é maior, mas ainda assim pouco tranquilizadora. A presidente tem 45%, enquanto Campos fica com 38%. São sete pontos percentuais, mas bem menos do que há apenas um mês, quando a diferença passava de 20%.
O levantamento foi realizado do dia 15 ao dia 16 de julho de 2014 e foram realizadas 5.377 entrevistas em 223 municípios, com margem de erro máxima de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. Isto significa que se fossem realizados 100 levantamentos com a mesma metodologia, em 95 os resultados estariam dentro da margem de erro prevista.
A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número – BR-00219/2014.
Veja os cenários avaliados pelo Datafolha em caso de segundo turno:
DILMA E AÉCIO
- Dilma Rousseff: 44%
- Aécio Neves: 40%
- Brancos ou nulos: 10%
- Não sabem: 5%
DILMA E EDUARDO
- Dilma Rousseff: 45%
- Eduardo Campos: 38%
- Brancos ou nulos: 11%
- Não sabem: 6%