Três terremotos sacudiram a Itália, pelo menos dez morreram
MANTUA (AFP) - A região nordeste da Itália foi sacudida nesta terça-feira por uma série de violentos terremotos que deixaram pelo menos 10 mortos e provocaram pânico na área, poucos dias depois de um tremor que matou seis pessoas e devastou fábricas e monumentos históricos.
O primeiro terremoto, de 5,8 graus , aconteceu às 07h00 GMT (04h00 de Brasília) perto de Modena e foi sentido em todo o nordeste da península, a mesma região afetada pelo tremor de 20 de maio, que obrigou 5.000 moradores a abandonar suas casas.
Dois tremores secundários com magnitude superior a cinco graus foram registrados poucas horas depois na mesma região, a Emilia-Romagna, uma das mais populosas e industrializadas da península.
De acordo com o Instituto de Geofísica italiano, o terremoto do início da tarde foi registrado a uma profundidade de apenas um quilômetro, durou 30 segundos e pode ter provocado inúmeros danos.
Três pessoas morreram em San Felice de Panaro no desabamento de uma fábrica. Duas pessoas faleceram na cidade de Mirandola, uma em Concordia e outra em Finale, anunciou o capitão Salvatore Iannizzotto, da polícia de Modena.
"Vamos superar este momento", anunciou emocionado o presidente da República, Giorgio Napolitano.
O chefe de Governo italiano, Mario Monti, interrompeu uma reunião para tranquilizar o país e garantir que "o Estado está preparado e fará o possível" ante a inédita emergência.
O padre de Rovereto di Novi faleceu no terremoto, mas as autoridades negaram a notícia da morte do pároco da catedral de Carpi.
O número de mortes ainda é provisório e as autoridades locais tentam coordenar as tarefas de emergência.
"É um desastre, um desastre", comentou atônito o prefeito de San Felice sul Panaro.
O terremoto foi sentido no centro e norte da península. Em Bolonha, uma das principais cidades da Itália, a estação central de trens foi fechada, as linhas de telefônica foram cortadas por duas horas e a sede da prefeitura esvaziada.
Em Mirandola, várias igrejas e a catedral sofreram graves danos. Em toda a região, o terremoto derrubou edifícios que haviam sido afetados pelo tremor de 20 de maio, que teve seis graus de magnitude.
O tremor foi sentido inclusive em Bolzano, perto da fronteira com a Áustria, e em Milão.
Na Toscana, em particular em Florença e Pisa, os prédios públicos foram esvaziados por precaução.
As escolas também foram fechadas pelo medo das réplicas.
Nos últimos 10 dias foram registrados muitos tremores no país, nas regiões norte e sul.
Em Parma, no hotel onde a seleção italiana de futebol está hospedada, os jogadores correram para as ruas.
A Federação Italiana de Futebol cancelou o amistoso que estava programado para quarta-feira contra Luxemburgo.
As linhas telefônicas dos bombeiros e da proteção civil caíram pelo grande volume de ligações. Trabalhadores das fábricas da Ferrari perto de Modena foram enviados para casa.
Na Emilia-Romagna (a região de Módena e Ferrara), 7.000 pessoas estão sendo atendidas por 1.400 voluntários em 89 acampamentos improvisados instalados em escolas, hotéis e campos esportivos.
"Era como um trovão, tudo tremia", afirmou uma jornalista do Corriere della Sera.
Em Mantua, uma das jóias do Renascimento, o Palácio Ducal, foi afetada.
Depois do terremoto de 20 de maio, mais de 400 tremores secundários foram registrados.
O governo decretou estado de emergência na semana passada e liberou 50 milhões de euros para operações de resgate.
