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São Paulo, SP, 19/04/2024
 
26/02/2015 - 14h42m

Venezuelanos contra permissão da força letal em manifestações

Agência Brasil 
Reprodução/El Universal
Os estudantes exigem ainda que sejam levados a julgamento os responsáveis por 43 assasinatos de jovens em 2014
Os estudantes exigem ainda que sejam levados a julgamento os responsáveis por 43 assasinatos de jovens em 2014

Caracas - Estudantes venezuelanos manifestaram-se nessa quarta-feira (25), em Caracas, para exigir justiça pelo assassínio de um companheiro de 14 anos de idade e para que seja derrubada a recém-aprovada resolução que permite uso progressivo de força letal para controlar manifestações.

Com cartazes e cadernos pintados de vermelho, simulando sangue, os estudantes concentraram-se no Ministério do Interior, Justiça e Paz, onde entregaram um documento pedindo a destituição do diretor da Polícia Nacional Bolivariana, organismo supostamente responsável pelo homicídio.

Os estudantes exigem ainda que sejam levados a julgamento os responsáveis por 43 assasinatos de jovens em 2014, em protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro. Pedem justiça também no caso dos cinco estudantes assassinados na semana passada no país.

"Atendeu-nos o vice-ministro do Serviço Integrado de Polícias, general Giuseppe Cacioppo, que prometeu entregar o documento à ministra [da Defesa] Carmen Meléndez. Queremos ver resultados. Se não tivermos respostas e soluções, permaneceremos nas ruas com manifestações pacíficas, mas contundentes, para que a nossa voz seja ouvida e se executem as ações que exigimos", disse o presidente da Federação de Centros Universitários da Universidade Central da Venezuela, Hasler Iglesias.

Segundo ele, a recém-aprovada resolução, que permite às forças de segurança fazer uso progressivo de força potencialmente letal para controlar manifestações, "é uma infâmia que tingiu de sangue o estado de Táchira", com o assassinato do jovem estudante.

Kluiverth Roa Núñez, de 14 anos, morreu na terça-feira (24) em consequência de um tiro na cabeça, disparado por um agente da Polícia Nacional Bolivariana nas proximidades da antiga Universidade Católica de Táchira. O jovem, estudante do 2º ano de bacharelado, foi levado para um centro hospitalar, onde morreu.

O assassinato está sendo amplamente questionado pela sociedade venezuelana, por organizações da oposição e simpatizantes do presidente Nicolás Maduro. Foram suspensas, hoje, as aulas nas instituições públicas e privadas do estado de Táchira.

Segundo a procuradora-geral Luísa Ortega Díaz, as autoridades detiveram Javier Mora Ortiz, de 23 anos, o agente suspeito da morte do estudante, que será acusado de homicídio intencional por motivos fúteis e não nobres, com o agravante de que a vítima era um adolescente. O agente já admitiu ter feito um disparo com "bala de borracha".

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