Vice-líder do Governo: "CPMF só deve ser discutida após decisão sobre impeachment" - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 28/03/2024
 
20/01/2016 - 01h32m

Vice-líder do Governo: "CPMF só deve ser discutida após decisão sobre impeachment"

Agência Brasil/Paulo Victor Chagas 

Brasília - O vice-líder do governo na Câmara, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), disse nesta terça-feira (19) que a proposta de recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) só deve ser levada adiante pelo governo no Congresso Nacional após “derrotar” o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que tramita no Legislativo.

Para o vice-líder do governo, a prioridade do Palácio do Planalto na retomada do ano Legislativo, em fevereiro, deve ser “se apressar para derrubar” o processo de impeachment contra Dilma. Segundo o parlamentar, essa agenda “atrapalha o país.”

“Espero que logo na abertura dos trabalhos, o presidente [da Câmara, Eduardo Cunha] coloque em pauta a eleição da comissão que vai analisar o impeachment”, defendeu.

Teixeira disse que a CPMF é “fundamental para o equilíbrio das contas públicas”, mas deve ser discutida considerando o tamanho da carga tributária.

"Se for necessário criar imposto, que não se aumente o conjunto da carga tributária. No Brasil, aqueles segmentos mais ricos contribuem proporcionalmente menos que os segmentos mais pobres. Então, pensar o imposto sobre grandes heranças é um tema contemporâneo", avaliou o deputado, após reunião com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini.

Teixeira disse que fez um apelo a Berzoini para que o governo trabalhe pela aprovação do projeto que tributa grandes fortunas. O ministro não se manifestou sobre a sugestão do parlamentar.

PARA ENTIDADES, GOVERNO NÃO TEM LEGITIMIDADE PARA AUMENTAR IMPOSTOS

Brasília (Agência Brasil/Michele Canes e Paulo Victor Chagas) - Um manifesto contra a criação ou aumento de tributos foi lançado nesta terça-feira (19) pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional de Saúde (CNS), a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).

As entidades pedem o “cumprimento dos compromissos do governo apresentados pela Presidente da República em seu programa de campanha eleitoral”.

As instituições alegam que o aumento da carga tributária ou a criação de tributos não foram tratados durante a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014. “Falta legitimidade política para a Presidência da República propor medidas que aumentem a carga tributária no Brasil, seja criando a CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira] ou aumentando a alíquotas dos tributos existentes”, diz o texto.

O manifestado é lançado em meio à expectativa de votação, no Congresso Nacional, da proposta do governo de recriação da CPMF. O tributo, conhecido como imposto do cheque, foi extinto em 2007. No Orçamento Geral da União de 2016, o governo prevê a arrecadação de pelo menos R$ 10,3 bilhões com a CPMF.

Para as instituições que assinam o manifesto, o equilíbrio das contas públicas “será encontrado com os cortes de despesas e com o incremento da atividade econômica, com a redução dos juros e o estímulo à atividade produtiva”. O grupo diz que a manutenção de empregos deve ser prioridade do governo e que o aumento da carga tributária não contribui para que este propósito seja alcançado.

“Está na hora do Estado usar com eficiência os recursos que arrecada e não criar ou aumentar tributos. A OAB se coloca contra este tipo de ação por parte do governo da presidente Dilma”, afirmou. “É chegada a hora de cortar despesas e não de sufocar o crescimento econômico da nação”.

No texto, OAB, CNI e demais entidades convocam a sociedade e as forças políticas do país a “pronunciarem um rotundo não a qualquer aumento da carga tributária no Brasil”.

Governo

Procurada, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República não comentou o manifesto. Já o vice-líder do governo na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP), ao sair de reunião no Palácio do Planalto, disse que a “preocupação da OAB e da CNI é legítima” e precisa ser ouvida pelo governo.

Segundo Teixeira, a criação de novos tributos “tem que ser pensada no contexto do debate de uma reforma que pode, inclusive, rever outros impostos”. O deputado se reuniu nessa tarde com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, para pedir que o governo trabalhe pela aprovação do projeto que tributa grandes fortunas.

“Se for necessário criar imposto, que não se aumente o conjunto da carga tributária. Você pode fazer compensações em outros impostos”, ponderou o vice-líder do governo.

Hoje São Paulo

© 2024 - Hoje São Paulo - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por ConsulteWare e Rogério Carneiro