YouPIX Festival celebra diversidade, cultura e os avanços da internet - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 28/03/2024
 
19/07/2014 - 18h39m

YouPIX Festival celebra diversidade, cultura e os avanços da internet

Agência Hoje/Breno Marcolino 
Agência Hoje/Nands Duarte
Palestras no YouPIX levaram novidades sobre internet para jovens e adultos no Ibirapuera
Palestras no YouPIX levaram novidades sobre internet para jovens e adultos no Ibirapuera

São Paulo (Agência Hoje) – Na sexta-feira,18, o youPIX Festival abriu suas portas para o público em geral no segundo dia do evento. Marcado para começar às 13h, jovens e adultos que estão sempre conectados e ligados em tudo que envolve cultura de internet, formavam uma grande fila na Bienal do Parque Ibirapuera sem parecerem incomodados com a possível lotação que mais tarde se formaria.

A geração Instagram foi o foco do evento. O aplicativo que permite tirar fotos com o celular e publicá-las instantaneamente em uma rede social exclusiva, foi celebrado nas diversas cabines que permitiam uma fotografia mais excêntrica que a outra. Até mesmo as pilastras do local foram reaproveitadas com papéis decorados com celofane que satirizava os filtros mais utilizados.

O Youtube, a plataforma de vídeos mais conhecida mundialmente, tinha seu próprio espaço. Lá eram dadas palestras direcionadas para quem pretende se tornar um vlogger – nome dado a quem posta vídeos no canal como profissão – ou para pessoas que precisem de um aconselhamento, caso se sintam invadidas ou ameaçadas por alguém, como nos casos em que vídeos caem na internet sem uma autorização prévia.

As profissões ligadas à internet possuíam grande valor para o evento. A promessa de uma empresa era fazer seu “hobby virar negócio”. A cada dia mais, surgem diversos blogs ou sites que tem como objetivo virar um negócio, um espaço para anunciantes que lhe garantirão sustento e a felicidade de fazer o que gosta.

“Acredito na força de vontade dessas pessoas, mas duvido que elas cheguem muito longe. Como tudo na vida, as coisas tem um fim. Sem um planejamento seguro, todos eles têm grande chance de se decepcionarem”, disse a empresária Maria Helena, de 59 anos.

Na falta de um local com boa acústica ou um espaço melhor separado, era difícil acompanhar as palestras por conta do barulho que dificultava a audição do público. Os palcos eram bem próximos uns dos outros e se o palestrante não falasse alto e claramente, as pessoas logo se desinteressavam.

A onda de protestos que rondou todo o Brasil em 2013 e em parte desse ano, estava presente no youPIX. O tema “A internet não gosta de mulheres” abordou o movimento feminista e as recentes ações feitas para coibir o assédio em lugares públicos.

Nana Queiroz, jornalista e líder da campanha “não mereço ser estuprada”, que fez com que mulheres de todo o país tirassem a roupa e postassem uma foto com a frase nas redes sociais, comandou um debate que discutiu o papel do homem que se declara feminista, defendeu que o aborto deve ser uma escolha e deu dicas de como denunciar um agressor que tenha perfil na internet.

A militante feminista Jéssica Ipólito, declarou que “mulheres não passam de carne na vitrine”. Na visão dela, o feminismo não dá dinheiro e é dificilmente apoiado por alguém na rede. “A internet tira nossa sanidade”, disse Jéssica ao recomendar que não se discuta com pessoas sem argumentos plausíveis. Elas são sempre irredutíveis quanto ao que você defende.

A blogueira Estela Machado contou que terminou a amizade de anos com um amigo, por ele sempre discordar de seu ponto de vista, com comentários que não acrescentavam em nada.

Para descontrair e ainda assim levantar uma bandeira, os criadores do canal “Põe na Roda” comandaram um game show sobre cultura gay. Pedro, Nelson, Rick e Felipe postam semanalmente vídeos no Youtube com algum tema relacionado à homossexualidade.

Em poucos minutos, o pequeno espaço estava cercado por pessoas que davam risadas com as brincadeiras e piadas espontâneas. Pedro HMC, roteirista da Band e colunista da sessão de humor da Folha, reclamou com tom de ironia não os terem levado para o “palcão”, o maior espaço do evento.

Apesar da maioria dos que estavam lá fossem viciados em internet, comportamento também foi um dos assuntos em pauta. A psicóloga Dora Góes esteve em um dos palcos para falar sobre “o mundo além do Whatsapp”. Ela é especialista em dependentes de internet e falou um pouco sobre o distanciamento causado pelos aplicativos de celulares.

Do outro lado, alguns especialistas convidados discutiam sobre os comentários irracionais que são encontrados em sites, além da “liberdade” em falar mal e comentar sobre o que quiser nas redes sociais.

Tecnologia podia ser encontrada facilmente a cada canto. Um mini balão voou por toda a Bienal gravando de cima a movimentação. Jogos que já são conhecidos puderam ser conferidos. Novidades também estavam por lá, como um óculos simulador que atraia os mais jovens. Filas imensas foram formadas e pelo jeito valia a pena, considerando a surpresa e alegria de cada um.

A comida também foi outro ponto forte do evento. Carrinhos com pipoca e refrigerantes estavam à disposição do público, além de chocolate, sorvete e cerveja de graça. As barraquinhas com comida tinham pratos rápidos da culinária japonesa, boliviana e colombiana. Os chefes eram atenciosos e nem mesmo depois de horas de filas e atendimento, perdiam a simpatia.

O momento em que toda a internet veio à vida no mundo real celebrou, mesmo que com alguns erros, a diversão e conscientização de um lugar infinito, com inúmeras possibilidades que pode ser usado para propagar o bem.

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