Comunidade internacional elogia Ariel Sharon, morto aos 85 anos, após período em coma - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 30/04/2024
 
11/01/2014 - 21h51m

Comunidade internacional elogia Ariel Sharon, morto aos 85 anos, após período em coma

Agência Brasil* 

Brasília – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou hoje (11) que o ex-primeiro-ministro Ariel Sharon “foi um líder que dedicou a vida ao Estado de Israel”. Em mensagem à família de Sharon e ao povo israelense, Obama reiterou o compromisso americano com a segurança do país e o empenho na existência de dois Estados – Israel e Palestina – que “vivam lado a lado em paz e segurança”.

O ex-premiê israelense Ariel Sharon morreu hoje, aos 85 anos, depois de oito anos em estado de coma.

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, definiu Sharon como “um herói para seu povo” e convocou os israelenses a aplicar o legado e o pragmatismo do ex-premiê nas atuais negociações de paz com os palestinos. “Ao longo de uma vida dedicada ao Estado de Israel, Ariel Sharon foi um herói para o seu povo, primeiro como soldado e depois como estadista”, disse o secretário-geral da ONU.

O ex-presidente Bill Clinton e sua mulher, a ex-secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton, também divulgaram mensagem pela morte de Sharon. Para os Clinton, o líder israelense “deu a vida” por seu país. “Foi uma honra trabalhar com ele, discutir com ele e vê-lo sempre tentando conseguir encontrar o melhor caminho para seu país”, diz a mensagem.

Os movimentos palestinos Hamas e Fatah, no entanto, qualificaram Sharon de criminoso e lamentaram que o antigo governante de Israel não tenha sido levado à Justiça internacional. "Sharon era um criminoso, responsável pelo assassínio de [Yasser] Arafat [líder palestino morto em 2004], e nós esperávamos que ele comparecesse perante o Tribunal Penal Internacional enquanto criminoso de guerra", disse Jibril Raboub, dirigente da Fatah.

Já o Hamas, que detém o poder na Faixa de Gaza, classificou de "momento histórico" o desaparecimento de Sharon, um "criminoso cujas mãos estavam cobertas de sangue palestino".

*Com informações da Agência Lusa

ARIEL SHARON MORREU APÓS OITO ANOS EM ESTADO DE COMA

Brasília (Agência Brasil/Mariana Jungmann*) - Depois de oito anos em coma, morreu hoje (11), em Tel Aviv, o ex-primeiro-ministro de Israel Ariel Sharon. A informação foi confirmada pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Sharon estava em estado vegetativo desde que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), em 2006, e teve falência múltipla dos órgãos. Os médicos informaram à imprensa, desde o início de janeiro, que as possibilidades de recuperação do ex-premiê eram mínimas e que seu estado era crítico.

Quando entrou em coma permanente, Sharon exercia o cargo de primeiro-ministro, que assumiu em março de 2001, sendo substituído por Ehud Omert. Ele morreu aos 85 anos, e a imprensa israelense já havia divulgado que Sharon sofria de insuficiência renal.

De formação militar, Ariel Sharon comandou as tropas israelenses em diversos combates, especialmente contra alvos palestinos. Foi ministro da Defesa na década de 1980, quando comandou a invasão de Beirute, capital libanesa. Entretanto, foi obrigado a deixar o cargo depois de ter sido responsabilizado pela morte de centenas de palestinos em um campo de refugiados controlado por Israel.

Apesar disso, Ariel Sharon voltou a assumir o comando de outros ministérios em diversos governos até se eleger primeiro-ministro pelo partido conservador Likud, que ele próprio ajudou a fundar na década de 1970. O ex-primeiro-ministro era forte defensor da colonização dos territórios em conflito com os palestinos. No entanto, em uma tentativa de amenizar os conflitos com os palestinos, principalmente com os radicais do Hamas e do Fatah, tomou a polêmica decisão de retirar os israelenses da Faixa de Gaza e abandonar assentamentos judeus na região.

O plano de retirada israelense encabeçado por Sharon foi motivo de duras críticas internas e provocou rachas no Likud. O ex-primeiro-ministro era acusado de ter dividido o país. No mesmo ano – 2005 - em que o plano começou a ser executado, o então ministro de Finanças, Benjamin Netanyahu, apresentou candidatura própria à presidência do partido e pediu o adiantamento das eleições primárias que ocorreriam em 2006. No entanto, Sharon venceu as eleições novamente e se manteve no cargo.

Ao fim daquele ano ele sofreu o primeiro derrame, mais leve e com sequelas menos graves. Poucos meses depois, um segundo AVC provocou o coma permanente que durou quase oito anos. Ariel Sharon ficou viúvo duas vezes e teve três filhos, um com a primeira esposa, morto quando ainda era criança, e os outros dois com a segunda.

* Com informações da Agência Lusa

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