Caracas - O líder da oposição na Venezuela Leopoldo López anunciou nesta terça-feira (23) a suspensão da greve de fome que iniciou há 30 dias na prisão, como protesto para exigir a liberdade dos presos políticos e a convocação de eleições legislativas. A suspensão ocorre um dia depois de o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela marcar para 6 de dezembro a realização das eleições.
"Este protesto não é para morrer, mas para que todos os venezuelanos possam viver dignamente", escreveu Leopoldo López em uma carta que foi lida aos jornalistas, em Caracas, por sua mulher, Lilian Tintori, e na qual pede a outras 103 pessoas que terminem a greve de fome.
"Peço a todos que terminem a greve de fome", escreveu, observando que devem "aceitar com humildade" o pouco que foi conseguido.
"As forças democráticas estão mais preparadas que nunca para esta batalha. Vou me recuperar e continuarei a lutar por uma Venezuela melhor. Juro que jamais vou me render, quem se rende perde", afirmou López.
O recurso à greve de fome como forma de protesto foi iniciado por Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular, e pelo presidente da Câmara Municipal de San Cristóbal, Daniel Ceballos, que estão presos. Outros opositores e um grupo do Juventude Ativa Venezuela Unida também se uniram ao movimento.
Um grupo de estudantes anunciou, entretanto, que manterá a greve de fome até conseguir a liberdade para vários políticos que estão presos.
Leopoldo López, de 42 anos, está preso acusado pelas autoridades venezuelanas de incitamento à desordem pública, associação criminosa, atentados à propriedade e incêndio, na sequência das manifestações de contestação à política do presidente Nicolás Maduro, que terminaram em violência, no início do ano passado.