São Paulo – Após se questionar sobre o quanto as pessoas deixam de lutar pelos seus direitos com o pensamento “não vale a pena”, por motivos como tempo de espera, desconhecimento, burocracia, entre outros, o publicitário Rodrigo Suarez criou a plataforma Justiça Seja Feita.
Lançado há três meses, o site tem o intuito de conectar usuários que precisam de assessoria legal para entrar com causas em juizados especiais (pequenas causas).
"A injustiça é um conceito que sempre reaparece no meu cotidiano e eu sei por tudo que leio e vejo em notícias e pesquisas que é um sentimento compartilhado por muitos brasileiros. Desde uma conta errada que uma prestadora de serviço não quer corrigir até escândalos de corrupção no país", diz.
Como funciona
O usuário entra no site e relata sua causa que é postada em um Quadro de Causas. Advogados interessados em defender a sua causa enviam uma proposta de trabalho. Assim que o usuário aprova um orçamento, a relação de trabalho entre usuário e advogado começa. Em sua interface, o site oferece a possibilidade de o usuário contar em detalhes o seu caso e do advogado escrever a petição da causa.
O início
Formado em Publicidade, Suarez, de 34 anos, largou o emprego há pouco mais de um ano para se dedicar inteiramente ao Justiça Seja Feita. A ideia de criar o site surgiu após uma sequência de "acontecimentos injustos".
O mais marcante foi em um fim de ano quando viajava para celebrar o Natal com a família e, sem nenhum fator externo ou imprevisto - como o mal tempo, a companhia aérea fez mudanças no voo.
"Durante 4 horas fomos tratados como 'carga', inclusive sendo transportados para um aeroporto diferente. Nenhum dos direitos do passageiro foi respeitado e o voo foi remarcado mais 4 vezes", conta.
Nas semanas seguintes, Suarez entrou em contato com a ouvidoria da companhia aérea e com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Tratado com indiferença, decidiu buscar seus direitos nos juizados especiais.
"Depois do resultado favorável à minha causa, fiquei imaginando o prejuízo que a companhia aérea sofreria se todos naquele voo tivessem feito o mesmo. Será que isso não a faria repensar no que fez? Será que não teria sido razão suficiente para fazer o correto da próxima vez? Tenho certeza que sim", afirma.
Com o avanço da internet, o consumidor nunca teve tanto poder como na era digital. Através do Justiça Seja Feita, o cidadão ganhou um poderoso instrumento de efetivação de seus direitos e uma via eficaz para solucionar problemas. "O primeiro passo para promover uma mudança sociocultural no Brasil é facilitar o acesso à justiça. Quanto mais cidadãos tiverem acesso à justiça, mais justo nosso país será", enfatiza.